Plotin Traités 38-41. Dir. Trad. Luc Brisson e Jean-François Pradeau. GF-Flammarion, 2007
Neste longo tratado, Plotino examina a princípio a questão da relação de duas multiplicidades, aquela que caracteriza os objetos sensíveis e aquela que se encontra ao nível do Intelecto e no inteligível, antes de considerar em seguida esta multiplicidade inteligível em sua relação ao Bem, quer dizer ao Uno que é o princípio primeiro da realidade. O título do tratado indica bem estas diferentes questões, posto que se trata precisamente de compreender como o Intelecto e a pluralidade inteligível, em seguida a alma e as coisas sensíveis provêm do Uno (retomando um assunto tratado nos tratados 7 e 11, mostrando como este caminho pode ser retomado ao inverso, subindo doravante do sensível, onde se encontra toda alma que habita um corpo, para o inteligível até o Uno, tema tratado no Tratado-10. Como frequentemente em Plotino, tal empresa demanda um esforço particular a fim de determinar, até onde se pode, a natureza e as qualidades do princípio primeiro, e isso na medida que é necessário dar explicações e indicações, embora incompletas e metafóricas, suscetíveis de ajudar as almas individuais na subida para o princípio (um tema desenvolvido no Tratado-9. O Tratado-32 que não está longe cronologicamente deste tratado, já mistura estas três linhas de investigação indissociáveis e indispensáveis para quem quer pôr em prática o ensinamento filosófico do mestre.
Porque retoma em detalhe e sob todos os aspectos as questões filosóficas sumarizadas na apresentação deste tratado, determinantes no pensamento de Plotino, ele se revela de uma dificuldade notável. A linguagem é difícil: a gramática e a sintaxe são frequentemente incertas, a linguagem é obscura, o desdobramento dos argumentos frequentemente denso a ponto de se tornar incompreensível. Pode-se todavia, distinguir neste tratado três partes que são quase de mesmo tamanho: os capítulos 1-14 são consagrados à análise da relação entre o sensível e o inteligível, em seguida à estrutura e à natureza do Intelecto, enquanto os capítulos 15 a 30 abordam a questão do Bem, considerado em relação com, ou por assim dizer do ponto de vista de seus «produtos», na medida que é fonte e objeto de seu desejo; os capítulos 31-42 tratam enfim do Bem em si mesmo e por si mesmo, e se esforçam em determinar, no modo da negação, a realidade própria e a função.
A seguir versões em inglês, francês e espanhol do tratado. Para uma apresentação mais detalhada do tratado, por parágrafo ou capítulo, com comentários visite Eneada-VI-7.
- Plotino – Tratado 38,29 (VI, 7, 29) — O Bem procura uma forma de prazer
- Plotino – Tratado 38,3 (VI, 7, 3) — As formas e as sensações
- Plotino – Tratado 38,30 (VI, 7, 30) — Mistura de prazer e inteligência
- Plotino – Tratado 38,31 (VI, 7, 31) — A subida da alma para o Bem
- Plotino – Tratado 38,32 (VI, 7, 32) — A alma se dirige para o que é desprovido de forma
- Plotino – Tratado 38,33 (VI, 7, 33) — O desprovido de forma como fonte da beleza
- Plotino – Tratado 38,34 (VI, 7, 34) — Além do Intelecto, a alma realiza a união com ela mesma
- Plotino – Tratado 38,35 (VI, 7, 35) — Indo além do Intelecto, a alma reencontra seu princípio
- Plotino – Tratado 38,36 (VI, 7, 36) — Posição do problema: pode-se dizer que o Bem pensa?
- Plotino – Tratado 38,37 (VI, 7, 37) — Exame e refutação da doutrina aristotélica de um Intelecto primeiro
- Plotino – Tratado 38,38 (VI, 7, 38) — A doutrina platônica do ser e do conhecimento
- Plotino – Tratado 38,39 (VI, 7, 39) — A doutrina platônica do ser e do conhecimento
- Plotino – Tratado 38,4 (VI, 7, 4) — Examinar o que é o homem
- Plotino – Tratado 38,40 (VI, 7, 40) — A condição do Bem, que é absolutamente um, primeiro e autárcico
- Plotino – Tratado 38,41 (VI, 7, 41) — O Ato de Pensar
- Plotino – Tratado 38,42 (VI, 7, 42) — A hierarquia do real
- Plotino – Tratado 38,5 (VI, 7, 5) — Homem como uma alma
- Plotino – Tratado 38,6 (VI, 7, 6) — A forma do homem, a razão do homem e o homem sensível
- Plotino – Tratado 38,7 (VI, 7, 7) — A alma e as razões
- Plotino – Tratado 38,8 (VI, 7, 8) — Os animais devem existir no inteligível