De fato Plotino admite a possibilidade de uma espécie de percepção do Uno, não uma visão a partir de outra coisa, a partir do mundo, parece, pois não se alcança então senão seu «traço» (ichnos): quanto a ele, ele escapa. É nele mesmo que é preciso apreendê-lo, e inteiramente, de um golpe. É uma intuição (prosbole, prosballein) de sua existência, mas ela não permite dizer o que é. Se se tenta perceber o que ele é age-se então em inteligência que pensa e ele escapa, ou melhor a gente lhe escapa. Quando se o vê, é preciso vê-lo por inteiro: outra coisa é pensá-lo como causa e princípio de tudo (Eneada-V, 5, 10).