Tríade Divina (Ullmann)

O Uno, o Noûs e a Alma universal constituem a chamada trindade ou tríade plotiniana a qual é de todo em todo diversa da Trindade cristã. Na tríade do licopolitano, não se pode falar em co-numeração, aplicando-lhe nomes cardinais: um, dois, três. Isso vale para a Trindade cristã. Em Plotino, ao contrário, há sub-numeração, ou seja, deve empregar-se a série de nomes ordinais: primeiro (Uno), segundo (Noûs), terceiro (Alma do Mundo). Com isso, fica patente o subordinacionismo, o qual não cabe à ideia do Deus uno e trino revelado por Cristo, conforme Mt 28, 19.

Pelo que vimos, cada nível da realidade é a imagem do nível imediatamente superior, e, ao mesmo tempo, o modelo do nível seguinte. O Noûs é a imagem (vide nosso eikon) do Uno, a Alma é a imagem do Noûs, o mundo sensível é a imagem do mundo inteligível.

Segundo Ullmann, a tríade plotiniana constitui uma reação aos gnósticos, mas em primeiro lugar como exegeta de Platão, Plotino encontrou seus três princípios divinos no Parmênides e nos três reis da Segunda Carta.

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