Na história da filosofia, este termo teve quatro sentidos fundamentais: 1) como compêndio de uma série de vocábulos usados por filósofos para designar as entidades últimas que, a seu ver, constituem a realidade e, em particular, a realidade material, por exemplo, átomos, corpúsculos, partes mínimas, sementes, razões seminais, espermas, etc.. O número e qualidade dos elementos considerados como “partes constitutivas” das realidades variaram muito. Muitos pré-socráticos falaram de um só elemento (a água, o indefinido, o ar). Parmênides considerou os elementos como formas. Outros falaram de um número indefinido (ou indefinido) de elementos qualitativos distintos, e Demócrito de um número indefinido de elementos, os átomos. Deve-se a Empédocles a formulação mais precisa da chamada “doutrina dos quatro elementos” (terra, água, fogo e ar), ou melhor, o sólido, o líquido, o seco o gasoso, que teve grande influência na Antiguidade, na Idade Média e até princípios da época moderna. Platão também falou de quatro elementos, mas não os considerou como verdadeiras “partes constituintes”; essas partes são antes certas figuras sólidas, cada uma das quais é base de um “elemento” (o tetraedro do fogo, o cubo da terra, o octaedro do ar e o ecosaedro da água). Além disso Platão (seguindo os pitagóricos) referiu-se a esses elementos ou princípios, os números, como a unidade e a díade. Aristóteles falou de cinco elementos: a terra, a água, o ar, o fogo e o éter ( ou continente do cosmos). Os estoicos voltaram à teoria clássica dos quatro elementos. Na Idade Média também foi corrente apresentar a doutrina dos quatro elementos, mas falou-se também do éter como quinto elemento ou quinta essência (donde surgiu o vocábulo quinta essência, usual na linguagem corrente para designar algo subtil e impalpável). Os epicuristas seguiram Demócrito na concepção dos elementos como átomos. 2) como noções que compõem uma doutrina enquanto materiais com os quais se constrói essa doutrina. Nesse sentido, por exemplo, Kant postulou a “doutrina dos elementos da razão pura”. 3) como princípios de uma ciência, ou de um sistema. Há exemplos clássicos deste uso na obra de Euclides, ELEMENTOS DE GEOMETRIA, e na de Proclo, ELEMENTOS DE TEOLOGIA. 4) como expressão da realidade na qual se encontra ou se banha uma entidade ou conceito determinados. Assim, por exemplo, quando Hegel usa expressões como “o elemento do negativo”. (DFW)