Tratado 21 (IV, 1) – A alma é intermediária entre as realidades indivisí­vel e divisí­vel

Plotin Traités 7-21. Dir. Trad. Luc Brisson e Jean-François Pradeau. GF-Flammarion, 2003


Plotino nos tratados 2, 4, 6 e 8 já tinha se beneficiado da frase do Timeu platônico que afirma da alma que ela é feita de uma mistura de indivisível e divisível “no corpo”, para sustentar que a alma não se divide senão relativamente e não realmente, quer dizer que ela exerce aqueles de seus poderes que a põem em relação com os corpos no modo da divisão, sem ser ela mesma dividida. Assim não está na natureza da alma ser divisível, como o são os corpos, mas é bem a natureza corporal que obriga a alma a exercer seus poderes sobre diferentes partes e em diferentes lugares. O tratado 21 o lembra, antes de adicionar uma última precisão: não somente a alma não se divide senão nos corpos e não realmente, mas esta divisão ela mesma não o é. Plotino sustenta com efeito, o que o Tratado-27 se esforçará de justificar, que a parte divisível da alma não é ela mesma “divisível senão de maneira indivisível”. Quer dizer que a divisibilidade da alma, até e aí compreendida nos corpos, não implica finalmente a divisão. Não é senão a recepção pelos corpos dos cuidados ou dos efeitos dos poderes psíquicos que pode propriamente falar ser dividido; mas a alma, sustenta Plotino, não se dá jamais senão por inteiro.


A seguir versões em inglês, francês e espanhol do tratado. Para uma apresentação mais detalhada do tratado, por parágrafo ou capítulo, com comentários visite Eneada-IV-1.

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