Tratado 4 (IV,2) – Sobre a realidade da alma (I)

Plotin Traités 1-6. Tradução de Luc Brisson e Jean-François Pradeau, Garnier-Flammarion, 2002.


Este tratado é a sequência do Tratado-2, do qual prossegue a conclusão propondo uma definição da alma. Como os últimos capítulos do Tratado-2 lhe deram a ocasião, Plotino diz aqui da alma que ela é uma realidade indivisível, incorruptível e imortal. Esta tese é defendida com a autoridade platônica do Timeu, no qual Platão tinha explicado como a alma do mundo foi engendrada pelo artesão divino a partir de uma mistura “entre a realidade indivisível e que permanece sempre a mesma e a realidade divisível que se se torna nos corpos” (Timeu 35a1-3). Esta fórmula platônica permite a Plotino explicar como, sem ser absolutamente corporal e sem ser divisível como o são os corpos, a alma no entanto é divisível, de uma maneira outra que quantitativa que lhe permite estar presente em todos os corpos. Deve-se assim concordar, em seguida a Platão, que a alma é uma realidade intermediária, ao mesmo tempo indivisível e divisível: indivisível na medida que não é uma quantidade estendida e corporal, mas divisível na medida que ela pode exercer sua atividade nos corpos distintos, múltiplos e separados. É o que precisará de novo o único capítulo que Porfírio isolou para dele fazer o primeiro tratado da quarta Eneida.


A seguir versões em inglês, francês e espanhol do tratado. Para uma apresentação mais detalhada do tratado, por parágrafo ou capítulo, com comentários visite Eneada-IV-2.