Tratados das Enéadas (ordem cronológica)

Os tratados chegaram à estrutura de composição das Enéadas por eventuais reordenamentos e divisões em partes, de modo a serem organizados, segundo Dominic O’Meara, em um número de 54, produto do número perfeito 6 (ao mesmo tempo 1+2+3 e 1x2x3) e do número 9, símbolo da totalidade enquanto último dos números primeiros (de 1 a 10). Esta divisão dos tratados não é de todo desastrosa, pois as diversas partes dos tratados divididos guardam ainda assim sua sequência na edição das Enéadas (VI 1, VI 2 e VI 3, por exemplo).

A operação seguinte de Porfírio foi de organizar os 54 tratados em seis conjuntos de nove (enneades em grego) tratados, designando os tratados a estes diferentes conjuntos segundo o que considerava ser seu tema principal. Este reagrupamento temático destinava-se a abrir o caminho para a ascensão da alma do leitor, se elevando desde os primeiros degraus até a sua última meta segundo a filosofia plotiniana. Assim sendo o primeiro conjunto de nove tratados (Enéadas I, 1-9) se volta para as questões morais, o segundo e o terceiro conjuntos (Enéadas II, 1-9 e III, 1-9) falam do mundo natural, o quarto (Enéadas IV, 1-9) trata da alma, o quinto (Enéadas V, 1-9) do intelecto, e o sexto (Enéadas VI, 1-9) do Uno.