parádeigma: modelo ver mimesis. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)
Um padrão, ou aquilo com referência ao qual uma coisa é feita. (Thomas Taylor)
parádeigma (tó): Modelo. Latim: exemplar.
Em Platão, os paradeigmata são as Essências eternas, modelos a partir dos quais as realidades sensíveis vieram ao ser.
Essa palavra é composta pelo radical deik-, encontrado no verbo deiknynai, mostrar (1a pes. sing.: deíknymi), e pela proposição para, que designa origem, ponto de partida. O paradigma é aquilo que se manifesta do alto.
Em Timeu (28a-b), assiste-se à formação do mundo sensível. O Demiurgo modela a matéria primitiva com o olhar fixo no Paradigma, ou seja, no Mundo Inteligível. A partir daí, há três tipos de ser: o Modelo “inteligível e imutável”; a cópia (mímema / mimema), visível e sujeita ao nascimento; e o intermediário entre os dois, conjunto dos quatro elementos: água, fogo, ar e terra, em constante devir e mutação (Timeu, 48e-49b). Na República (V, 472d-c), Platão mostra um modelo de Estado perfeito, cuja cópia o homem político deve realizar.
Aristóteles só emprega esse termo para lembrar e criticar a teoria platônica (Met., M, 5). Plotino, ao contrário, o adota, mas vai buscar a causalidade mais acima: o Autor do mundo sensível é também autor do Mundo Inteligível (II, IX, 5). Mas, em outro lugar, Plotino apresenta o Espírito (Noûs) ao mesmo tempo como causa e modelo do mundo sensível (III, II, 1). Também para a alma humana há modelos de vida espiritual (III, IV, 5), pois as virtudes são como exemplares no Espírito (I, 7).
Sinônimo: arkhétypos (ho) / arkhetypos (ho). Utilizado essencialmente por Plotino: é em Deus que estão os modelos das virtudes que devem ser praticadas (I, II, 2). Em outro lugar, esse termo é concomitante com o de parádeigma: “O Espírito é o arquétipo e o paradigma deste mundo” (III, II, 1). (Gobry)