gr. noeton = capaz de ser compreendido pelo intelecto; o objeto do intelecto, o inteligível (contrário de aistheton = o sensível).
Contrariamente a Platão, os inteligíveis encontram-se no Intelecto e não num mundo à parte. E mais. Há perfeita coincidência entre o Noûs e o inteligível (Cf. En. VI, 7, 3,21-22), entre o ato de conhecimento e o objeto de conhecimento. Estamos, aqui, ante o máximo esplendor da verdade, ante a plena coincidência entre o sujeito e o objeto1. (Excertos de “Plotino, um estudo das Enéadas”, de R. A. Ullmann)
No início do Tratado 20 — aquele que Porfírio situa, sob o título “Da Dialética”, quase no início das Enéadas (I,3), — respondendo à questão prévia de uma “arte” ou de um “método” requerido para chegar ao termo da caminhada para o que Platão chama o “Bem”, Plotino situa a meio caminho o “inteligível” (gr. noetikon) feito de uma multiplicidade de ideias ou de noções, etapa decisiva que superarão somente os sábios capazes de tocar a ponta suprema onde tudo nada mais é que um. (Maurice de Gandillac)
No Tratado-49 (Eneada-V, 3, 11) a respeito da geração da Inteligência, tendo nela os inteligíveis, Plotino retoma afirmações já encontradas: estas realidades vêm do Uno, mas o Uno nada é disto que elas são. Ele afirma no entanto que a geração da Inteligência pelo Uno não é o resultado de um esforço (prothymia, prothymein) que seria o fato de um ser imperfeito: nenhum objeto inspira ao Uno desejo. Antes de engendrar a Inteligência ele está em repouso. Mas seu ato flui dele como uma luz do sol e é assim que procede dele toda a natureza inteligível. Ele se mantém no topo desta natureza e reina sobre ela. Ele não conhece portanto o que vem dele (Eneada-V, 3, 12).
With this noûs, or Divine-Mind or Divine-Intellection, or Divine-Intellectual-Principle, begins the existence of Plurality or Complexity, or Multiplicity: the Divine Mind contains, or rather is, ta noeta = the Intellectual-Universe or Intelligible Universe, often known as The Intelligible or The Intelligibles. (Stephen MacKenna)