Categoria: Eudoro de Sousa

  • diacosmese

    Fala-se dos Quatro, do Quadrado e da Quadratura. A quadratura é a construção do quadrado, o quadrado, certo modo de união, em figura geométrica, dos quatro; céu e terra, mortais e imortais. É interessante notar que, num fragmento de Crisipo, também são estes quatro os ingredientes de uma diacosmese — a palavra, do filósofo estoico…

  • arte

    Comecemos pelo apendicular: que arte é representação simbólica e que a matéria [76] da representação é mítica (no texto: mitologia). O mesmo se diz hoje, quando se afirma que a arte é sempre «engajada» («ideologias» são os mais recentes produtos do mítico, criador de mitos). O que não se vê imediatamente, porque não se diz…

  • dialektike

    VIDE Bernard SUZANNE : DIA dialektikê: dialética Em Platão, «dialéctica», ou aponta simplesmente para a arte de dialogar, ou para o método de ascensão à Ideia do Bem, que se efetua por divisão e composição de conceitos. É, portanto, evidente que, em qualquer das duas acepções da palavra, a dialética platônica nada tem que ver…

  • Pythagoras

    Pitágoras nasceu em Samos, ilha da costa jônica, cerca de 570 a.C, e é sem dúvida por motivos ético-religiosos e políticos que se exilou por volta de 530, numa idade mais madura que Xenófanes: o “tirano” Poliorates lançava Samos na conquista brutal da prosperidade e do luxo, indo de encontro assim às velhas tradições de…

  • Eudoro de Sousa (HCSM:85-90) – antigo xamanismo grego e as duas almas

    46. «Nas páginas seguintes, ocupar-nos-á a questão de averiguar o papel que a alma tem desempenhado nas ideias acerca da existência após a morte. Procuraremos mostrar que, da variedade dos relatos colhidos pelos etnólogos, se destacam dois círculos de representações, cada um dos quais reflecte um conceito fundamental, inteiramente diverso do outro. Em primeiro lugar,…

  • Ferreira da Silva(Transcendência) – Orfeu e a origem da filosofia

    O problema da origem da Filosofia é, em última análise, idêntico ao das condições que permitiram ao homem confeccionar uma concepção do mundo autônomo e livre, a partir de um poder de inspeção que residiria em seu íntimo. Se antes o homem estava entregue a uma imagem da vida e das coisas sobre a qual…

  • Parménide: Fragment 1

    Peter Kingsley The mares that carry me as far as longing can reach rode on, once they had come and fetched me onto the legendary road of the divinity that carries the man who knows through the vast and dark unknown. And on I was carried as the mares, aware just where to go, kept…

  • Poema de Parmênides – Fragmento 8

    EUDORO DE SOUSA 8. «Só resta falar de um caminho da inquirição: ‘o que é’. Neste há muitos sinais de que ‘o que é’ não foi gerado nem há-de perecer, pois aí está como um todo, único, inabalável, completo. Nunca ele foi nem será, porque é agora todo ele, um só, contínuo. Pois que origem…

  • Poema de Parmênides – Fragmento 7

    EUDORO DE SOUSA 7. «Que ‘o que não é’ seja, jamais será demonstrado. Mas tu, afasta teu pensamento desta via, e não consintas que o muito experimentado costume te induza por tal caminho, teus olhos sem fito, teu ouvido ecoante e tua língua. Não, decide tu mesmo, pelo próprio pensamento, a tão discutida prova que…

  • Poema de Parmênides – Fragmento 6

    EUDORO DE SOUSA 6. «Eis o que se deve dizer e pensar: o ‘que é’. Pois o ‘que é’, é, e não-ser não é. Considera bem isto que eu te digo. Que deste caminho de inquirição (i. é: pensar o não-ser) te apartes; mas, depois, também daquele por onde erram os ignorantes mortais — os…