contemplação

destaque

Enéada III,8 começa com um ensinamento que é, e pretende ser, inovador e chocante. A Natureza contempla. A natureza em árvores, plantas, e a terra contemplam. Além do mais, a natureza produz árvores, plantas e a terra pela contemplação. A contemplação é assim produtiva — produtiva de realidades substanciais e concretas.

Examinar a doutrina de Plotino da «natureza como contempladora» por extenso significará um reavaliar toda sua filosofia. Pois esta doutrina, embora assentada em seu próprio relato, estabelece o palco para o desenvolvimento nos capítulos subsequentes da Enéada III,8, onde Plotino acompanha a contemplação através das familiares três hipóstases de seu «sistema» (a Alma, a Inteligência e o Uno), aparentemente equacionando contemplação com produção do inferior em cada caso, exceto no caso do Uno (Enéada III, 8, 5-11. A Natureza, a «parte» mais baixa da Alma do Mundo, ela mesma foi produzida pela atividade contemplativa da Alma do Mundo propriamente. A Alma do Mundo foi produzida, assim parece, pela atividade contemplativa do Noûs (a Inteligência). Só o Uno está além da dualidade do conhecimento, assim parece não contemplar, e produz o Noûs de maneira diferente. Em todos os outros casos, a produção vem através da contemplação.

original


  1. Plotinus, Ennead III, treatise 8, chapter 1, lines 18-24. Henceforth such references will be cited in the form III, 8, 4,18-24. Reference for Enneads I-V and for Ennead VI, 7,1-14 is to the edition of Paul Henry and Hans-Rudolph Schwyzer, Plotini Opera, I—II (Paris and Brussels, 1951- ). For the rest of Ennead VI, reference is to the edition of Emile Brehier, Plotin Enneades (Paris, 1924-1938). 

  2. Outside of III, 8, contemplation explicitly as such, designated by the noun theoria and the cognate thea, and expressed by the verb theorem, “contemplate,” is mentioned only occasionally. There is a discussion of contemplation in the Noûs (V, 3, 5) which parallels that of III, 8, and a fairly extensive treatment of the “contemplation” of the One by the “individual” soul (VI, 9, 11).